Minha experiência linguística com o Brasil foi além do fato de formular frases adequadas ou usar palavras homônimas entre português e espanhol. A grande dificuldade para mim foi entender e aprender como transmitir cada ideia de forma clara e precisa sobre o que eu desejava comunicar em um idioma e cultura diferentes, especialmente com meus amigos brasileiros.
Eles são muito simpáticos e tal, “boa gente”, como “eles falam”, são informais e NÃO são protocolares como somos na Colômbia ao iniciar uma conversa. Eles são diretos, eu diria até que excessivamente diretos para uma conversa de negócios.
É algo assim como:
– Olá, muito bom dia, você fala com Arnold Cubides, como você está? Tem um minuto para conversarmos sobre…
Para algo assim:
– Oi, tudo bem? Com Fulano? Você tem um tempinho? É o Arnold, da empresa tal…
Se eu tivesse tentado ser simpático, seguindo as regras de comunicação que normalmente usamos os colombianos, já teriam desligado a primeira chamada. Para quem está na área comercial, sabemos bem que devemos ter certo tato para chegar ao cliente e que é de muito mau gosto que um cliente responda e desligue o telefone sem deixar você concluir sua mensagem; para nós isso é fatal. Para alguns brasileiros, é simplesmente seu jeito de ser, é cultural e não é grosseria — eles apenas passam a mensagem de forma direta e sem rodeios.
Mas isso não é motivo para desânimo, colegas. No começo causa frustração, mas rapidamente você se acostuma a falar da mesma forma com eles. Depois que eles abrem as portas, a relação comercial é muito agradável, ou “muito legal”, e você facilmente se torna amigo deles.